18 de maio de 2022

O que é a tokenização de ativos?

Por Gustavo Henrique Gonçalves Nobre e Thales Rocha Guerra

Recentemente, com o avanço dos meios tecnológicos aliados à popularização dos tokens, o tema tokenização de ativos assume um lugar de protagonismo dentro do mercado financeiro e com isso diversas oportunidades surgem em paralelo com o tema. Nesta breve exposição, falaremos sobre aspectos gerais relacionados ao processo de tokenização.

Em suma, a tokenização de ativos se dá a partir da transformação de ativos reais em ativos digitais, os quais consistem, grosso modo, em um pedaço de código. Assim, as transações destes tokens ocorrem se utilizando da tecnologia blockchain, um sistema computacional descentralizado que realiza o rastreio de informações transacionais dos tokens, de maneira pública, permanente, indelével e incensurável. É justamente essa tecnologia que permite a realização de transação usando-se das chamadas criptomoedas, como o tão famoso Bitcoin.

NFT

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QUAIS OS BENEFÍCIOS DE REALIZAR A TOKENIZAÇÃO DE SEUS ATIVOS?

Ora, em meio à imensa popularidade do tema, definitivamente, diversas oportunidades se criam dentro do mercado, de modo que muitos podem se beneficiar com a tokenização de seus ativos.

A princípio, podemos citar o aspecto da transparência dentro desse contexto, uma vez que a tecnologia blockchain é a base operacional das transações dos ativos. Ora, como a tecnologia possui inviolabilidade de seus registros, por serem indeléveis e incensuráveis, há plena possibilidade de rastreio dos processos, independentemente da quantidade de operações realizadas.

Ademais as operações que envolvem tokens dispensam boa parte dos intermediários envolvidos dentro de uma transação convencional, isso porque as autoridades certificadoras do negócio jurídico são substituídas pelos protocolos dos sistemas de segurança da própria blockchain, o que reduz o custo operacional de quem opera os tokens.

Ademais, nos casos que envolvam tokens fungíveis, há plena possibilidade de dividir o ativo em quantos bastem para a transação ser operacionalizada dentro de uma perspectiva de fracionar o que, dentro de um mercado tradicional é impossível, ou pouco eficiente, de ser fracionado.

Também vale destacar que muitas das negociações com tokens ocorrem a partir de “smart contracts”, ou seja, contratos que estabelecem de maneira prévia benefícios, condições, multas e outros aspectos contratuais com a finalidade de garantir maior segurança e agilidade ao processo, tema que será objeto de outro artigo.

MAS, AFINAL, COMO TOKENIZAR UM ATIVO?

O processo de tokenização de um ativo gera inúmeros benefícios, ademais, em suma, qualquer ativo pode passar por tal procedimento, o qual é dividido em algumas etapas.

A princípio, temos a etapa de estruturação do token, onde, basicamente, a plataforma responsável por tal processo irá avaliar a veracidade dos dados informados e se o ativo preenche alguns requisitos necessários, assim, caso o processo dê certo, será criado um contrato legal, estabelecendo todos os direitos do detentor do ativo.

Após, temos a fase de emissão dos tokens, a partir da geração automática dos smart contracts, os quais irão estabelecer as regras gerais para a comercialização do token dentro do contexto de segurança da blockchain. Em seguida, alcançamos a etapa de distribuição, onde, com a divulgação dos tokens, todos os interessados podem, finalmente, investir naquilo que foi disponibilizado.

Por fim chegamos à fase de governança, onde aqueles que investiram nos tokens, recebem tudo que lhes foi garantido no contrato, além do próprio acesso às informações futuras das movimentações do token.